Através de Neto Garcia, agora a Agropecuária 3G, tradicional pela criação de gado Senepol e cavalo Quarto de Milha, também faz parte do grupo de criadores da raça Dorper
As criações das raças Dorper e White Dorper no Brasil vêm demonstrando estar em uma ótima fase nos últimos meses. Além da retomada de bons valores para os reprodutores Dorper e da realização do primeiro leilão exclusivo de White Dorper, as raças ainda atraíram um investidor de renome no agronegócio brasileiro. Trata-se de Neto Garcia, da Agropecuária 3G, que faz parte da terceira geração que desenvolveu as propriedades que constituem a fazenda, reconhecida nacionalmente pela qualidade genética na criação de cavalos Quarto de Milha e gado Senepol.
Apesar do investimento na raça Dorper ter sido recente, Neto Garcia conta que sempre teve interesse em ovinos. Tanto que, aos 14 anos de idade, chegou a ter uma criação com cerca de 500 ovelhas na fazenda em Jaboticabal/SP. Mas quando chegou a época de ir à faculdade, precisou parar a criação porque não tinha mais como tocar o rebanho estudando em outra cidade.
Dessa forma, os anos foram se passando, mas a paixão por ovinos se manteve. Tanto que agora, com a Agropecuária 3G estruturada nas criações de Senepol e Quarto de Milha, inclusive, com uma nova unidade em Barretos/SP, ele resolveu investir novamente em ovinos. Segundo ele, a escolha pela raça Dorper foi natural e condizente com os trabalhos já realizados por ele e sua família na fazenda.
“Eu comparo muito a raça Dorper com a raça Senepol. São animais rústicos, resistentes, com boa conversão alimentar, com bom ganho de peso e carne de qualidade. Então, como as qualidades se assemelham muito com as características do gado que a gente mexe, o Dorper foi a minha escolha porque sempre me chamou atenção. Sem falar na heterose que a raça proporciona, no choque de sangue no cruzamento com outras raças. O Dorper é a raça ideal que eu vejo para se desenvolver ainda mais no Brasil”.
Aquisição dos primeiros animais do investidor
Para a formação do rebanho Dorper 3G, Neto começou adquirindo animais de criatórios de renome no Brasil. “O nosso lema é fazer qualidade e não quantidade. Então, eu estou pincelando borregas doadoras de bastante qualidade. Eu quero fazer um trabalho embasado em qualidade, pedigree, genética e boas mães. Para mim, um bom rebanho se baseia nas fêmeas. Por isso que eu estou pincelando no mercado, prestigiando os criadores que existem e buscando a qualidade acima de tudo”.
Atualmente, o plantel do Dorper 3G é formado por 15 ovelhas e o reprodutor chefe de cabanha, DCM Tork 168. O animal – que é de criação do Dorper Cordeiro Medalha e já conquistou diversos títulos em pista – foi comercializado por R$ 60 mil, mostrando, mais uma vez, o atual aquecimento do mercado Dorper no País. “Fenotipicamente falando, ele é um reprodutor que agrada demais. Um carneiro muito completo, de comprimento, de peças e musculaturas longas, bem preenchido, passagens boas e cabeça forte. Então, ele se mostra um excelente exemplar a ser utilizado como reprodutor”, conta Neto.
Além disso, o novo investidor da raça Dorper disse que ainda avaliou a produção de Tork no mercado e isso chamou ainda mais a sua atenção. “Porque ele transmite essa qualidade toda que ele tem. Ele é um reprodutor muito fácil de ser acasalado e que completa demais as matrizes e doadoras que temos hoje. Então, além da genética que ele traz, do sangue tanto da linha alta quanto da linha baixa, ele abre muito essa genética para gente”.
![](https://www.abcdorper.com.br/wp-content/uploads/2021/06/Neto-Garcia-e-o-novo-investidor-da-raca-Dorper-DCM-Tork-168-1024x799.jpeg)
Projeto Dorper 3G
Neto Garcia explica que o projeto para a Dorper 3G é de multiplicação da raça visando a produção de machos. “Reprodutores para atender essa demanda que hoje existe no mercado, que é muito grande no Brasil. A exemplo disso que, em pouco tempo de criação, eu já estou tendo uma demanda de machos ovinos que não tenho para oferecer. Então, o mercado é muito bom nesse sentido”.
Portanto, o projeto é aumentar a criação Dorper até chegar num volume de 80 a 100 machos para comercialização por ano. “E também queremos fazer leilões da raça, multiplicar a raça através da venda de matrizes, doadoras. Iremos agregar o Dorper com a 3G Weeekend, que hoje trabalhamos com a comercialização da raça Senepol e Quarto de Milha, mas muito em breve com o Dorper também”.
Além disso, um dos projetos do Dorper 3G é uma seleção embasada em um programa de melhoramento genético. “A partir de quando tivermos um volume razoável, vamos começar a trabalhar isso. Queremos embasar na avaliação genética da raça Dorper. Queremos implementar ganho de peso, avaliação de carcaça através de ultrassonografia, precocidade nas fêmeas e nos machos. Hoje nós temos sete características para serem avaliadas nas provas de performance dos bovinos e a gente quer tentar implementar isso na raça ovina também. E tudo que a gente conseguir implementar de avaliação que identifique os números de desempenho desses animais, nos ajudará a identificar os animais certos para usarmos na reprodução e assim ir melhorando a cada ano”.
E, por fim, Neto Garcia acrescenta: “Queremos fazer isso de uma forma sucinta, devagar e com muito carinho, mas se deus quiser nós vamos fazer um trabalho bacana com a raça Dorper e a família 3G está muito feliz. Aproveito para agradecer a todos os envolvidos com a raça Dorper, que tem nos acolhido de uma forma tão bacana e atenciosa”, finaliza.
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Por Natália de Oliveira/Agrovenki
Crédito da foto em destaque: Divulgação/Dorper 3G
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